segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Cuidados na adoção

Depois de mais de 20 anos de proteção animal, me sinto na obrigação de alertar os protetores que começaram há pouco a dura mas gratificante ação de cuidar do bem estar animal.

Tenho visto de tudo. E gostaria de não ter visto muita coisa.

A adoção é algo que me preocupa, pois vejo em alguns casos, como se o animal fosse uma "batata quente”. Doa-se sem fazer o Termo de Responsabilidade, sem castração, sem visitas de surpresa ao novo adotante, e por aí vai. Há pressa em passar o animal adiante. ISSO NÃO É PROTEGER!

Se raciocinarmos, estamos aumentando o problema e não resolvendo-os. Cada animal doado, ,ao longo de 1 ano, e sem castração, já se multiplica e muito. Daí novos abandonos.

Há adotantes e "adotantes". Não confiem só na aparência nem só nas informações do Termo de Responsabilidade.

É trabalhoso, eu sei, mas o animal corre riscos. Já vi psicopatas com cara de gente normal, pessoas que se transvestem de bonzinhos e utilizam animais para sacrifícios religiosos, outros que se cansaram e abandonam o animal ou não os cuidaram dentro de sua própria casa.

Especificamente no caso de gatos, não doem para pessoas que morem em apartamentos sem a famosa tela nas janelas. Se prometerem que irão colocar só entreguem o animal depois de verificar se a tela está lá.

Àqueles protetores que deixam os animais em pets para adoção, peço atenção redobrada. Os pets têm outras ocupações, e por mais que queiram nos ajudar, entre uma venda e limpar o cocô do animal, com certeza irão optar pela venda.

Sabemos que o dinheiro é um grande problema para a maioria dos protetores, se não puderem dar uma gorjeta à um funcionário do pet para cuidar desses animais que estão aguardando adoção, não há outra saída: o remédio é você mesmo fazer.

ISSO É PROTEGER, É FISCALIZAR, É CUIDAR, É AMAR.

Caso a adoção ocorra sem a castração, certifique-se pessoalmente se o adotante irá fazê-lo e cobre. Quem realmente quer adotar um animal, não se importará com as exigências do protetor animal.

Um questionário bem preenchido, com informações de relevância irá ajudá-lo na hora de escolher o adotante. Informações do tipo: "já teve outro animal?" "Morreu de quê?". Porque isso é importante? se houve um animal que morreu de cinomose, por exemplo, o ambiente ficará com o vírus de 3 a 5 anos. E se um novo animal lá for colocado, ainda sem vacina, certamente irá morrer também.

É necessário que todo o protetor, saiba das leis de proteção. Não precisa ser advogado pra saber isso. É fundamental para que se possa efetivamente proteger o animal em alguns casos. Informem-se de tudo. Sejam um pouco advogados, um pouco biólogos, um pouco médico veterinário. Facilitará na hora de passar as informações ao profissional que cuidará do animal. SABER NUNCA É DEMAIS!

Desculpem o tamanho do texto. O conhecimento só tem valor quando é compartilhado.

Estou sempre à disposição. Meu e-mail : amm13@uol.com.br

Um beijo no coração de todos,

Ana Maria de Morais

Ex-Presidente SGOPA - Goiânia

Ativista

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