segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

REFLEXÃO À EQUANIMIDADE*

Texto lido pelo Charles na Câmara Municipal - no 1º Encontro de Vegetarianos do Rio de Janeiro.

Por Charles de Freitas Lima
Prof. de Educação Física, pós-graduando em Psicomotricidade

Um assunto é entendido por cada pessoa conforme a compreensão que ela desenvolve em sua própria mente. Quando uma pessoa compreende certas coisas melhor do que outra, aí está uma evidência que o entendimento varia de pessoa para pessoa como a subida numa escada através de seus respectivos degraus. Neste contexto, os degraus representam os níveis de compreensão que cada um pode ter de acordo com a evolução na escada da reflexão! Pegando a carona dessa explicação: como poderia o conhecimento ser proveitoso para alguém que não o coloca em prática? Será que é justo adquirir conhecimento sem praticá-lo? Aqueles que realmente querem melhorar a sua vida e a vida alheia, não vivem apenas de teorias, no entanto, procuram, na medida do possível, é claro, praticar o que aprenderam – eis uma aplicação coerente de aprendizado.

Nada melhor que ter a mente aberta à equanimidade. Neste sentido, é preferível termos a mente como um pára-quedas, pois quanto mais aberto, melhor a descida e o pouso, embora a segurança do pouso também dependa de algumas técnicas para que o pára-quedista pise com segurança na aterrissagem. Porém, viver com a mente fechada à transformação interior é um equívoco e cristaliza as atividades mentais, impossibilitando a pessoa de ter mais lucidez – diga-se sem reservas! Vale ressaltar que a mente de vez em quando "mente", portanto, não vale ter a mente aberta a pensamentos negativos nem a influências comportamentais desequilibradas...

Reflita: quando você ingere produtos de origem animal, usa vestimentas ou objetos que contenham couro animal, usa produtos testados em animais, tu tens consciência de que efeitos sua escolha tem sobre a sua vida? E a vida dos animais? Por que aceitar facilmente certos costumes antiéticos sem questioná-los? Por que comer carne de frango, vaca ou porco enquanto inúmeras pessoas cuidam de gatos, cachorros e pássaros como animais domésticos? Todos os animais sofrem. Mediante tal raciocínio, por que não deveríamos confrontar a sociedade moderna, substituindo a alimentação de origem animal pela alimentação vegana, substituindo as vestimentas e os objetos de couro animal por de couro vegetal, substituindo os produtos testados em animais por produtos que passaram por testes substitutivos? O materialismo nos impõe um aglomerado de costumes antiéticos e várias pessoas os aceitam de uma maneira tão passiva. Os animais que uma pessoa supostamente civilizada não se atreveria a comer aqui no Brasil, como, por exemplo: cães e gatos, servem, quando mortos, para encher a pança dos chineses. Entretanto, os restos cadavéricos de vacas e bois, levando em consideração o mesmo raciocínio, servem também, quando mortos, para encher a barriga dos brasileiros. Será que isso é correto, já que qualquer animal é suscetível à dor e a outras sensibilidades intoleráveis? Assim como um indiano não concorda como os brasileiros tratam as vacas e os bois, da mesma maneira, os brasileiros não concordam como os chineses tratam os cães e os gatos. E quem tem a razão nisso tudo? Somente aqueles que tratam com "equanimidade" os seres vivos. Será que pensar nessa questão é tão incômodo para não nos importarmos com isto e deixarmos esta reflexão pra lá? Ou não seria melhor deixarmos pra lá o comodismo de não refletir com agudeza crítica sobre esta questão?

Desejar bondade para os seres humanos sem desejar o mesmo para os nossos irmãos planetários, os animais, é um condicionamento cristalizado pelos costumes materialistas que a sociedade moderna nos impõe goela abaixo. É importante vivermos sem fraudes alimentícias, sem embustes de costumes ultrapassados e sem corrupção de testes laboratoriais. A equanimidade é uma qualidade nobre por excelência!

Fonte: http://veganoabolicionista.blogspot.com/

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